Publicado em: 02/02/2024
Ocupando 20% do território brasileiro, as zonas úmidas – lugares de convergência entre a terra e a água – são fontes de água e ajudam a retirar o carbono do ar, controlar as inundações e regular as mudanças climáticas. Áreas irrigadas para agricultura, lagos, pântanos e manguezais são exemplos de zonas úmidas, que podem ser de água doce, salgada ou salobra.
Por conta de sua importância para o ecossistema do planeta, foi estabelecido o tratado da Convenção de Ramsar, do qual o Brasil faz parte desde 1993, que tem o objetivo de proteger as zonas úmidas, por meio da conservação e uso sustentável. O tratado conta com a adesão de mais de 170 países.
Além de estabelecer ações para proteção, a Convenção de Ramsar ainda classifica as zonas úmidas mais importantes para o planeta. Entre elas, 27 são brasileiras, como a Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal, a Estação Ecológica Mamirauá, Ilha do Bananal, Lagoa do Peixe, Reentrâncias Maranhenses, Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense e Parque Estadual Marinho.
O Pantanal é considerado a maior zona úmida de água doce do mundo e tem um papel de grande importância na regulação do clima, devido ao seu potencial de recarga dos aquíferos e de manutenção e purificação de mananciais, entre outros fatores.
Mas a região pantaneira tem sofrido com as queimadas nos últimos anos. No final de 2023, 36 mil hectares, do total de 108 mil, do Parque Estadual Encontro das Águas haviam sido atingidos pelo fogo. Já em 2020, o parque teve 85% da sua área queimada.
Para contribuir com a conservação da região, a Synergia Socioambiental e o SOS Pantanal desenvolveram uma metodologia de monitoramento de focos de calor e análise de dados territoriais no bioma Pantanal e nas áreas das brigadas pantaneiras.
O Painel Aracuã é uma iniciativa que conta com o uso de tecnologia e análise de dados para monitorar alterações significativas no ambiente físico do Pantanal, para compreender como se comportam durante os meses, ajudando na previsão para os meses seguintes e a traçar estratégias de prevenção e combate ao fogo.
O monitoramento de dados variados, incluindo dados sobre histórico de focos de calor registrados, qualidade da vegetação, características do terreno, infraestruturas existentes e ações preventivas adotadas pode desempenhar um papel fundamental na região.
Assim, além de registrar o histórico de acontecimentos e de apresentar dados em tempo quase real, o Painel Aracuã auxilia o trabalho e valida a importância das brigadas pantaneiras – favorecendo também a identificação de áreas de focos de calor mais concentrados que ainda não estão sendo atendidas pelas brigadas – possibilitando a proteção das vidas, dos ecossistemas e propriedades nas regiões monitoradas.
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