Publicado em: 20/02/2024
Um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o trabalho digno é uma exigência dos brasileiros e brasileiras e tem levado as empresas do país a se movimentarem para promover melhores condições de trabalho.
Em uma pesquisa realizada pelo McKinsey Health Institute, o Brasil atingiu o 11º lugar em um ranking global de 30 países, que avaliou a saúde e bem-estar de profissionais. Mais de 60% dos trabalhadores e trabalhadoras do país consideram ter uma boa saúde mental, física, espiritual e social.
Já o salário digno – calculado com base no nível de experiência, prevê custos de moradia, alimentação, acesso à educação e saúde do trabalhador/a e dependentes – ainda é um assunto delicado. Existe uma estimativa de que, no Brasil, deveria ser de aproximadamente R$ 3 mil, acima do valor atual do salário mínimo praticado.
Mas até 2022, 60% da população brasileira vivia com uma renda per capita de até um salário mínimo por mês. Por isso, o Pacto Global – Rede Brasil desenvolveu o Movimento Salário Digno, que tem o compromisso de alcançar 100% dos colaboradores e colaboradoras das empresas com salário digno até 2030, incluindo terceirizados/as. O movimento ainda tem o objetivo de engajar toda a cadeia de suprimentos para o alcance das metas.
Além dos fatores como salário e saúde, Elaine Karine Abrileri, coordenadora jurídica da Synergia Socioambiental, explica outros fatores que podem ser trabalhados para que as metas dos ODS sejam alcançadas em prol da justiça social: “Um dos pilares fundamentais para a promoção da justiça social é o acesso ao trabalho digno, por meio de condições adequadas de trabalho, salários justos, promoção da diversidade e inclusão no ambiente de trabalho, a valorização das diferenças culturais, étnicas e de gênero, o incentivo ao crescimento profissional, um programa de benefícios atrativo e um ambiente onde as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas.”
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo IBGE, mostrou que, em 2022, apenas 29% dos brasileiros e brasileiras com algum tipo de deficiência tinham participação na força de trabalho, sendo que 55% dessas pessoas atuam na informalidade.
Para que esses números sejam cada vez menores e as pessoas com deficiência tenham acesso ao trabalho digno, as empresas têm buscado desenvolver e impulsionar políticas internas que promovem a contratação e o aperfeiçoamento de profissionais com deficiência, a implantação de práticas anticapacitistas, a preparação dos/as responsáveis pela contratação, além de contar com as cotas instituídas por políticas públicas.
Para firmar seu compromisso com o ODS 8, o Brasil tem firmado parcerias e buscado desenvolver ações que promovam a justiça social e o trabalho digno. Entre elas, a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras, feita com o governo norte-americano. O objetivo é viabilizar ações para o trabalho digno e seguro para as pessoas.
Além disso, o governo brasileiro aderiu à Coalização Global pela Justiça Social, que envolve mais de 19 governos, empresas, ONGs, entidades internacionais e universidades em esforços conjuntos para promover o trabalho digno, o acesso à educação e saúde, além de outros fatores da justiça social.
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