Publicado em: 20/08/2024
A Synergia Socioambiental participou, no dia 13 de agosto, da Conferência Ethos Belém 2024, evento realizado para discutir e promover a troca de ideias relacionadas à gestão empresarial sustentável com líderanças corporativas, especialistas, representantes do governo e organizações da sociedade civil, a fim de explorar as últimas tendências e práticas do setor, e proporcionar a construção colaborativa de um futuro mais sustentável para todos e todas.
Durante o evento, a consultora da Synergia Socioambiental, Sandra Faé, atuou como mediadora no painel “Caminhos Coletivos para uma Transformação Social Positiva”, que contou com a participação do Gerente sênior de Performance Social da Hydro, Eugênio Pantoja; do Diretor executivo do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Raphael Medeiros, e da Diretora-adjunta do Instituto Ethos, Ana Lúcia Custódio.
No painel, um dos destaques foi a Iniciativa Barcarena Sustentável, que é mantida pela Synergia Socioambiental, com o apoio da Hydro, por meio do Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH), no município de Barcarena, no Pará.
Nesse sentido, Sandra Faé aponta a importância do debate sobre essa vivência proporcionada pelo projeto para as comunidades e para o meio ambiente: “Este painel destacou a fundamental importância da participação social ativa na busca por uma sustentabilidade ambiental verdadeira, bem como o respeito e a valorização dos povos originários. A colaboração entre diferentes setores e comunidades é essencial para construirmos um futuro mais justo e sustentável para todos.”
Outro ponto importante da participação da Synergia Socioambiental na Conferência Ethos foi a montagem de um stand para apresentação e comercialização de produtos que são frutos do projeto Redes do Médio Xingu, por meio de representantes da AASFLOR (Associação Agroextrativista Sementes da Floresta), uma etapa que foi possível graças ao trabalho realizado anteriormente, conforme explica Mario Braga de Goes Vasconcellos, Especialista de Estudos Socioterritoriais da Synergia.
“Depois de ter feito várias ações de melhoria dos produtos com consultorias técnicas e de melhoria da apresentação com revisão de rótulos em embalagens, a gente fez agora uma rodada de apoio comercial junto com a AASFLOR, onde a gente visitou diversas lojas nos municípios de Santarém e Belém. A gente preparou um material e uma estratégia de abordagem desses potenciais parceiros comerciais, e fizemos várias visitas, tendo um resultado positivo com algumas lojas em Santarém e algumas em Belém. A gente, inclusive, vai em breve fazer uma divulgação desses parceiros para que as pessoas possam encontrar os produtos da AASFLOR.”
Mario pontua, também, a necessidade de um acompanhamento próximo em algumas etapas iniciais do trabalho junto aos produtores e produtoras, para que essas pessoas possam, em algum momento, ter autonomia e independência para apresentar seus produtos e realizar negócios.
“A incubação de negócios comunitários, o apoio ao desenvolvimento de iniciativas de base comunitária na Amazônia, precisa de um olhar, de uma abordagem integral. Um apoio que dê conta de todas as dimensões, as etapas do negócio. Porque, senão, muitas vezes a gente foca só em uma dimensão da assistência técnica, mas o negócio não vai para a frente, porque em algum lugar existe um gargalo. Então, a gente aprendeu que o nosso apoio para esse tipo de negócio precisa dar conta da assistência técnica para atividade que está sendo desenvolvida, do apoio para governança e fortalecimento institucional, para que tenha uma associação capaz de caminhar com as próprias pernas, e também o apoio para os arranjos produtivos locais, que envolve logística e a parte comercial.”
Por fim, Goes vê a participação na Conferência Ethos Belém 2024 como algo bastante favorável à Associação. “Além disso, a gente teve a participação da mesa de vendas, o ponto comercial da AASFLOR durante a conferência Ethos 360°, realizada na Estação das Docas, em Belém, no dia 13 de agosto. E foi muito positiva a experiência porque a gente, além de ter um bom fluxo de vendas – elas venderam bastante -, é também uma exposição da marca, um posicionamento da AASFLOR no cenário de discussão da socioeconomia, o que é importante tanto para elas venderem mais, quanto para divulgarem também os posicionamentos políticos da AASFLOR.”
Para Luziene da Cruz Silva, associada que participou do evento, o apoio da Synergia faz toda a diferença na abertura de mercado e, ainda, na performance de vendas.
“Quero dizer para vocês que foi minha primeira viagem para estar ‘caçando’ o mercado, juntamente com o nosso parceiro Mário, do apoio que a Synergia nos traz. Eu estou muito feliz, todas as lojas que a gente ia, a pessoa olhava o nosso produto e dizia ‘que lindo, que legal, muito bom, tá muito bonito, gostei’. Isso foi uma honra para mim, estar ouvindo essas palavras, porque antes era: ‘É caro, tá muito feinho, não tem um acabamento certo’, então, a gente ficava triste. […] Eu fiquei nessa linha de venda, responsável da linha de frente, e eu creio que cada vez estão cumprindo com a sua responsabilidade, que nós somos uma corrente junto, ‘uma andorinha sozinha não faz verão’, e eu fiquei nessa parte, e tô animada, viu?”
Esse é um fato de grande relevância, posto que todo o trabalho expressa a resistência dos povos do Médio Xingu, o existir em meio a grandes desafios, como a expansão agrícola e a exploração descontrolada na região, em proporção que ameaça o equilíbrio da floresta.
Diante dessa realidade, o projeto Redes do Médio Xingu nasceu com o propósito de apoiar a geração de renda das famílias locais e a conservação da floresta amazônica, com o entendimento de que um precisa do outro para existir.
Assim, a comercialização desses produtos mostra que é possível fazer extrativismo de maneira consciente e sustentável.
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