Publicado em: 27/08/2024
A gestão de resíduos é um problema significativo para o Brasil. Segundo Plano Nacional dos Resíduos Sólidos no Brasil, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), anualmente, são produzidos 77 milhões de toneladas de resíduos no País. Desse total, 40% tiveram destinação inadequada em 2022, o que faz com que esses resíduos parem em lixões a céu aberto, valas, terrenos baldios e córregos urbanos, ameaçando a saúde pública e o meio ambiente.
E o problema vai além: o Brasil é um dos países que menos recicla no mundo, com 2,2% dos resíduos sólidos urbanos reciclados. O dado é do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Nos últimos anos, o Brasil tem feito avanços notáveis na legislação sobre resíduos sólidos, com destaque para a aprovação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares). Este plano oferece uma visão abrangente do problema e propõe soluções e metas para melhorar a gestão de resíduos no país, com ênfase na reciclagem. Para 2024, a meta é reciclar aproximadamente 14% de todo o lixo gerado no país. A meta principal é para 2040, quando se espera que quase metade de todos os resíduos sejam reciclados ou passem por algum tratamento que os transforme.
O plano também prevê aumentar a reciclagem de resíduos da construção civil para 25%, incentivar a reciclagem de materiais, gerar empregos verdes e melhorar o cumprimento de compromissos internacionais e acordos multilaterais. Além disso, representa um passo significativo na adesão do Brasil à OCDE. A recuperação de resíduos contribuirá para a redução do consumo de energia e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.
No Brasil, os catadores representam 800 mil pessoas, de acordo com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), representando a maior parte de reciclagem no País.
Esses trabalhadores, sejam organizados em cooperativas ou atuando de forma autônoma, desempenham um papel crucial na operação das cidades e na economia circular. Eles são responsáveis pela coleta, triagem, processamento e comercialização dos resíduos recicláveis, participando ativamente de todas as etapas da cadeia produtiva.
Embora o Brasil não esteja entre os países mais reconhecidos mundialmente por suas boas práticas na gestão de resíduos sólidos, ele se destaca no índice de reciclagem de latas de alumínio. De acordo com dados da Recicla Latas, em 2022, foram processadas 390,2 mil toneladas de sucata de latinhas, o equivalente a 100% da frota circulante.
Atualmente, o Brasil possui 36 centros de coleta geridos pelo setor, que cobrem todo o território nacional. Esses centros asseguram o correto destino da sucata para reciclagem. Com o programa de logística reversa de latas de alumínio, mais de 800 mil catadores de materiais recicláveis são beneficiados, gerando uma renda superior a R$ 5 bilhões ao ano.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos representa um passo significativo para impulsionar a reciclagem no Brasil. Com metas ambiciosas e uma abordagem abrangente, o plano tem o potencial de transformar a gestão de resíduos no país, promovendo a economia circular e gerando benefícios ambientais e sociais.
No entanto, o sucesso desse plano depende do engajamento de todos os setores da sociedade. Governos, empresas, cooperativas de catadores e cidadãos têm papéis cruciais a desempenhar nessa jornada rumo a um Brasil mais sustentável.
À medida que avançamos em direção às metas estabelecidas para 2024 e 2040, é fundamental que continuemos a investir em educação ambiental, infraestrutura de coleta seletiva e tecnologias de reciclagem. Só assim poderemos superar os desafios atuais e construir um futuro em que a reciclagem seja não apenas uma prática comum, mas uma parte integral do nosso modo de vida.
O caminho para uma gestão de resíduos eficiente e sustentável é longo, mas com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos como guia e o compromisso coletivo, o Brasil tem o potencial de se tornar um exemplo global em reciclagem e economia circular.
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