Synergia participa do XXIV ENCOB 2022, um dos principais encontros sobre recursos hídricos no Brasil

A Synergia participou do XXIV ENCOB 2022, o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, considerado um dos principais eventos sobre a gestão de recursos hídricos no Brasil por englobar todos os setores e interesses para o uso da água.

O encontro é reconhecido por trazer uma visão geral sobre a utilização dos recursos hídricos no país, além de dar a possibilidade de sociedade civil, empresas privadas e instituições públicas discutirem e deliberarem sobre as ações que serão realizadas nos próximos anos.

O tema escolhido para a edição de 2022 foi “Gestão da água: Responsabilidade de todos”. Entre os assuntos de destaque, estava a escassez hídrica, abordada principalmente pelos Comitês de Bacias Hidrográficas, que apontaram tanto fatores climáticos quanto o desmatamento, a degradação das bacias e a má condução e tratamento do solo como agentes determinantes para a situação de escassez atual.

Os possíveis conflitos causados pela diminuição da disponibilidade hídrica e pelo aumento do consumo de água pela sociedade, o empoderamento dos Comitês de Bacias Hidrográficas perante o novo quadro político que será instaurado após as eleições e a carência generalizada de apoio técnico para que os comitês possam planejar estrategicamente ações mais assertivas de gestão hídrica também foram temas abordados.

Além desses, a participação da mulher nos comitês de bacias e na gestão hídrica ganhou destaque. Diversas oficinas ressaltaram a importância das mulheres nas discussões sobre a escassez hídrica no âmbito dos comitês de bacias. O evento contou, ainda, com o lançamento do livro Mulheres pela Água 2 e da Plataforma de Talentos Mulheres pelas Águas.

Synergia falou sobre produção de água no ENCOB 2022

Responsável por representar a Synergia no XXIV ENCOB 2022, o especialista Dr. Rinaldo de Oliveira Calheiros, pesquisador sênior e consultor em Sustentabilidade Hídrica, apresentou um trabalho técnico-científico sobre os novos conceitos, estratégias e a contabilidade zoológica que levam à insuficiência hídrica nos municípios do Brasil.

O trabalho demonstra a possibilidade de aplicação de novos conceitos de gestão hídrica e de compartimentação dentro de bacias hidrográficas que já têm configurada uma competição pelo uso da água. Além disso, o trabalho expõe técnicas que devem ser usadas para estimular a produção de água dentro de um município para que ele possa atingir a autossuficiência hídrica.

As ideias abordadas são de grande importância por trazerem o modo como os municípios podem produzir a água que precisam dentro de seus territórios, para que não fiquem engessados nas políticas públicas de gestão dos municípios que estão no mesmo montante do seu manancial de captação. Ou seja, essa estratégia de autossuficiência hídrica soluciona a fragilidade que um município tem em relação aos outros, evitando que sejam afetados pelos seus comportamentos em relação ao manancial de captação.

Os conceitos e as técnicas de produção de água já foram, inclusive, apresentados por Rinaldo Calheiros no livro Fundamentos sobre a Produção de Água, de 2020. A publicação, além de esclarecer conceitos normalmente entendidos de forma equivocada, apresenta “fundamentos básicos que compõem os processos de retenção infiltração, percolação, recarga dos aquíferos e da disponibilização da água à superfície por meio de nascentes e do fluxo de base nos lagos e cursos d’água”.

Para Calheiros, a participação no XXIV ENCOB 2022 é de extrema relevância pois, além de ser um fórum democrático de discussão, o evento congrega os principais determinantes em termos de política dos recursos hídricos no Brasil: “Esse fórum é, na realidade, o mais importante fórum de debates sobre o problema hídrico no país, não tem igual. Todos os outros são localizados, restritos ou especializados, de discussão de gestão de água na indústria, na agricultura, entre outros. Mas esse engloba todos os setores e interesses, e é muito participativo. É o fórum no qual a gente vai para levar as nossas reivindicações, para aprender muito com as experiências dos outros, compartilhar e ter uma visão geral sobre a tendência das tratativas das forças de recursos hídricos no país”, comenta.