Publicado em: 29/11/2023
O que esperar da COP28, que vai acontecer de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, no Oriente Médio?
Synergia Socioambiental e Envolverde se unem e trazem para você as expectativas sobre a 28ª Conferência das Partes (COP), a convenção sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Confira!
Dubai é conhecida por ser uma das principais vitrines da opulência proporcionada pelo petróleo no mundo. Uma conferência climática sob a égide dos grandes produtores mundiais de combustíveis fósseis e, ainda por cima, tendo na presidência o sultão Al Jaber, CEO da companhia nacional de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, parece uma contradição em si. No entanto, apesar das críticas apresentadas por ativistas ambientais em todo o mundo, há vários contextos que devem ser observados em relação à COP28.
Em 2009, na COP15, em Copenhague, o mundo assumiu uma série de compromissos para manter a variação da temperatura média global abaixo de 1,5 ºC. Para isso, foi acordado que, a partir de 2020, os países considerados desenvolvidos deveriam fazer um aporte de US$ 100 bilhões ao ano destinados à transição do mundo para uma economia verde.
Em 2015, pouco antes da COP de Paris, o Papa Francisco lançou sua encíclica “Laudato Si”, com alertas sobre os cuidados que deveríamos ter com nossa casa comum, e críticas aos modelos de produção e consumo ao redor do mundo, especialmente entre as pessoas ricas. Na COP de Paris, em 2015, sob a influência da encíclica, os países apresentaram suas metas voluntárias para a redução de emissões.
Agora, às vésperas da COP28 nos Emirados Árabes, o Papa Francisco lança a encíclica “Laudate Deum”, na qual reforça as críticas e aponta como principal fator da crise climática, nas suas palavras, “a lógica do máximo lucro ao menor custo, disfarçada de racionalidade, progresso e promessas ilusórias”.
Portanto, há uma lógica em trazer para o centro do debate climático o principal componente da crise, ou seja, a indústria dos combustíveis fósseis. Há uma certeza global sobre o fato de que esse tipo de combustível deverá ser banido da economia global. No entanto, não há nenhuma segurança sobre quando isso deverá acontecer.
Mais de 200 governos estão convidados, e muitos ainda não confirmaram a presença. A maior expectativa é em relação aos Estados Unidos, China e Índia, que são os maiores emissores globais de gases de efeito estufa. O presidente Lula confirmou participação e o Brasil deve ter uma das maiores delegações em Dubai, com 15 ministros e ministras.
O presidente Lula leva na bagagem alguns dados importantes. O Brasil conseguiu, em apenas 8 meses, reduzir suas emissões de gases de efeito estufa por desmatamento em 50%. Tem matrizes de geração elétrica que causam inveja aos países ricos, com 70% de energia renovável e uma grande parte da frota de veículos utilizando biocombustível. Uma das principais bandeiras do país será o combate ao desmatamento e a união dos países detentores das grandes florestas tropicais do planeta.
A pauta das negociações na COP de Dubai é ampla. O tema do financiamento para uma transição verde deve ocupar o centro dos debates. O principal foco deve ser o cumprimento das metas voluntárias do Acordo de Paris, especialmente sobre como acelerar a mudança para energias limpas com a redução de emissões de gases de efeito estufa. Para isso, será preciso estabelecer mecanismos de financiamento para os países pobres para a transição.
Nas duas semanas em que os países estarão reunidos, também haverá dias temáticos sobre questões como saúde, finanças, alimentação e natureza.
Em relação aos US$ 100 bilhões prometidos em 2009, esta é a grande incógnita. Há concordância com o número geral, mas nenhum acordo sobre quanto cada um deve aportar nesse fundo.
Texto produzido por Dal Marcondes
Cooperação entre a Synergia e a Envolverde para a cobertura da COP28.
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