Publicado em: 16/10/2023
A atuação de mulheres na ciência tem crescido ao longo dos anos em meios a grandes desafios, isso porque elas representam 28% das pessoas profissionais de pesquisa em todo o mundo, de acordo com o relatório “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática”, realizado pela Unesco.
A nível nacional a participação delas é muito maior. A pesquisa “Androcentrismo no campo científico: um estudo de caso do sistema brasileiro de pós-graduação, ciência e tecnologia no Brasil” mostrou que as mulheres chegam a 58% das pessoas bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal a Nível Superior (Capes).
Ao analisarmos de forma mais detalhada, é possível notar que elas representam 48% das pessoas bolsistas da Capes no exterior, mas os números diminuem em outras áreas. Na coordenação de grupos de pesquisa elas são apenas 38% do total, já no caso de bolsistas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), elas chegam a ocupar 25% dos cargos.
O levantamento que apresenta a proporção de profissionais homens e mulheres na área científica e tecnológica ainda mostra que elas ocupam apenas 7% dos cargos de mais alta instância no comitê de seleção da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Dessa forma, o estudo mostra que, ao longo da carreira científica, as mulheres vão perdendo espaço.
A fim de impulsionar a participação das meninas e mulheres na ciência nos próximos anos e aumentar a equidade nos cargos ao longo da construção das carreiras, iniciativas estão sendo criadas ao redor do mundo, como a EducaSTEM 2030 – Movimento Global de Meninas e Mulheres da Educação e Carreira em STEM para Sociedades Inclusivas e Sustentáveis nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
A iniciativa EducaSTEM2030 tem o objetivo de impactar de forma positiva os âmbitos escolar, familiar, individual e social, que influenciam o desempenho e a participação das meninas e mulheres na ciência.
A Fiocruz possui o projeto Meninas e Mulheres em Movimento para a Ciência. O projeto tem o objetivo de promover o acesso e a participação das jovens atendidas pela Casa da Mulher do Nordeste.
Já as universidades, como UFAL, UNB e USP, possuem projetos de incentivo à participação feminina na ciência e tecnologia. Além disso, em 2018, o Ministério da Educação lançou o projeto Meninas na Ciência que, por meio de palestras sobre inclusão, qualificação profissional, entre outros conteúdos, visa minimizar a desigualdade de gênero na área.
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