Publicado em: 19/11/2023
O número de mulheres empreendedoras tem crescido no Brasil. No ano de 2022, elas representavam 34,4% do total de pessoas empreendedoras, ultrapassando a marca de 10,3 milhões de mulheres proprietárias de negócios, de acordo com a pesquisa Empreendedorismo Feminino 2022, realizada pelo Sebrae.
Em 2021, eram 9,9 milhões de mulheres empreendedoras. Já em 2020, ano da pandemia de covid-19, elas somaram 8,6 milhões, com uma queda de 1,5 milhão em comparação com o ano de 2019.
Ao analisarmos detalhadamente a pesquisa, é possível notar que a responsabilidade atribuída a essas mulheres vai além dos negócios. A pesquisa mostra que 51% das mulheres empreendedoras são responsáveis pelo sustento de seus lares. Quando a pesquisa começou a ser feita, em 2016, esse percentual era de 41%.
Em um país em que 48% dos lares são chefiados por mulheres que visam garantir a subsistência das famílias, homens empreendedores têm uma renda média 16% maior do que as mulheres empreendedoras.
Além disso, elas elas têm investido em formação educacional. A pesquisa do Sebrae, mostra que 28% das mulheres empreendedoras possuem ensino superior. Entre os homens esse número é de 17%.
Para além dos desafios e dificuldades de ser uma mulher empreendedora, elas têm um papel fundamental na geração de emprego e renda no Brasil. Isso porque, mesmo que façam parte de um percentual menor (13%), quase 1,4 milhão de mulheres contrataram pessoas para trabalhar em suas empresas em 2022.
Além disso, elas possuem um grande potencial de contribuir com o desenvolvimento local de suas regiões. É o que mostra o Projeto Travessia Barcarena, conduzido pela Synergia Socioambiental, que colaborou para que cerca de 120 mulheres da região de Barcarena, no Pará, gerassem renda a partir da confecção de máscaras de proteção facial durante a pandemia de covid-19.
O projeto permitiu que elas trabalhassem de casa, respeitando o distanciamento e, principalmente, permitindo o aprimoramento na costura para gerar renda e melhores condições de vida. Além disso, as máscaras produzidas foram distribuídas gratuitamente à população vulnerável.
Para o andamento do projeto, essas mulheres tiveram dicas de costura, curso de empreendedorismo, formação digital, treinamento de ferramentas de gestão, entre outras capacitações.
Para Miriam Armelin, gerente de projetos da Synergia, o projeto impulsionou e mostrou o quanto as mulheres são capazes de produzir e empreender: “Os projetos, quando alcançam a realidade em que elas estão inseridas, vira uma surpresa, elas demonstram mais consciência da capacidade e da potência que têm. Isso é muito importante, porque muda na essência e na percepção da sociedade, pois não é só ‘eu vou produzir e ganhar, mas eu vou mudar o jeito das relações na minha casa’”.
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