Publicado em: 11/02/2024
O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência foi implementado em 2015, pela UNESCO e pela ONU-Mulheres, como forma de reconhecer a importância da participação e estimular o engajamento de mulheres e meninas na ciência e em áreas como tecnologia, engenharia e matemática.
Porém, este ano, uma discussão ganhou destaque em relação à data: mesmo com o aumento da participação feminina na comunidade científica e tecnológica, as desigualdades ainda são inúmeras, maiores ainda do que em outros setores.
Segundo os dados mais recentes divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre a participação de mulheres e meninas na ciência, apenas 1 em cada 3 pessoas pesquisadoras dos campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM – sigla em inglês mais utilizada) são mulheres.
Esses números podem representar um grande impacto no futuro, além dos que já podem ser vistos, pois a previsão da Unesco é de que, em 2050, as áreas STEM representem 75% dos postos de trabalho. E, atualmente, a porcentagem média global de pesquisadoras é de 33,3%. Ou seja, existe uma possibilidade real de que as mulheres percam vagas de emprego no futuro.
Em relação aos estudos nessas áreas, a Organização aponta que apenas 35% de estudantes no mundo são mulheres. E que, apesar de as estatísticas demonstrarem que o desempenho de meninos e meninas é aproximado, os estereótipos de gênero atrasam o desenvolvimento profissional e a formação das mulheres, obrigadas a lidar com o preconceito e a falta de encorajamento.
Sobre os dados globais, considerando países com dados disponíveis, somente 30% destes atingiram a paridade de gênero. E a Unesco alerta para o fato de que, mesmo esses países, ainda enfrentam desafios para conseguir a paridade “em todos os aspectos, pois persiste a segregação vertical e horizontal”. Entre os desafios, a Organização destaca fatos como as mulheres ainda ocuparem uma minoria entre os cargos mais elevados, e terem menos probabilidades de serem promovidas, além de receberem menos financiamentos para pesquisas do que os homens.
Em mensagem sobre o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, António Guterres, Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ressaltou outros dois pontos: os obstáculos na publicação de trabalhos científicos e na ascensão também a cargos de liderança em universidades de prestígio. Além disso, o líder da ONU apontou como a inclusão e representatividades das mulheres em áreas como alterações climáticas, saúde e inteligência artificial podem ser fundamentais para garantir que a ciência sirva a todos e todas.
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