Expedições à Estação Ecológica da Terra do Meio e Uruará promovem ações para melhor qualidade de vida das famílias ribeirinhas

Ao longo de 2022, a Synergia realizou algumas expedições à Estação Ecológica Terra do Meio (Esec Terra do Meio), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor da unidade de conservação. A iniciativa faz parte do Projeto Redes do Médio Xingu – a primeira ação de responsabilidade socioambiental da Synergia, que visa colaborar com os desafios da Amazônia: a conservação desse importante bioma e a geração de renda para moradores/as da região.

As expedições resultaram em ações para o fortalecimento de comunidades locais no comércio dos produtos do extrativismo, o apoio à melhoria da condição de vida da população da Esec Terra do Meio, por meio da cadeia produtiva do cacau.

Além disso, em outras ações realizadas na região, demos apoio à Associação Agroextrativista Sementes da Floresta (AASFLOR), localizada em Uruará – fortalecendo a comercialização dos produtos feitos com base em óleos vegetais extraídos de sementes pelas comunidades em miniusinas de processamento.

Três primeiras rodadas de visita geram impacto positivo na população

A primeira rodada de visitas, em maio de 2022, teve o objetivo de debater com algumas famílias da Esec Terra do Meio quais as possibilidades de atuação da Synergia para a construção de um plano de trabalho aderente às demandas e realidades locais. Uma oportunidade para compreender, com as famílias e com o ICMBio, onde e como a Synergia poderia contribuir.

Nesse período, foram mais de 10 famílias visitadas, que reforçaram a demanda de uma cantina comunitária – considerando que a cantina mais próxima está localizada na Terra Indígena Xipaya, o que dificulta o acesso. Além disso, as famílias da Esec Terra do Meio não conseguiam encontrar no local todos os produtos de que necessitavam. A segunda demanda apresentada pelas famílias foi relacionada ao plantio do cacau, que era feito sem assistência e/ou conhecimento.

“Nosso objetivo então, é contribuir para a melhoria da qualidade de vida das famílias da Esec Terra do Meio. E iniciamos esse apoio por meio de duas atividades principais: apoio à cadeia produtiva do cacau, com famílias produtoras que recebem apoio técnico rural e começamos o estudo da implantação da cantina comunitária”, conta Mario Braga, líder do Centro de Estudos Synergia e do Projeto Redes do Médio Xingu.

Para auxiliar a AASFLOR, a primeira visita teve o objetivo de conhecer melhor a associação e o trabalho desenvolvido. Ela foi seguida de outra visita, acompanhada da diretoria da AASFLOR, para apresentação de uma proposta de apoio.

Com as informações necessárias para dar andamento ao projeto Redes do Médio Xingu, a segunda rodada de visitas, nos meses de junho e julho, começou com a assistência técnica focada no plantio do cacau, com famílias produtoras signatárias dos termos de compromisso do ICMBio. Nesse período, a assistência teve como base as podas de formação e condução, fortalecendo o relacionamento com as famílias locais.

Conforme acordado nas primeiras visitas, um agrônomo orientou as famílias na cadeia produtiva do cacau, o que foi visto como ponto positivo pela população local.

Além disso, as famílias puderam contar com uma profissional responsável pelas vendas e operação dos processos da Rede Terra do Meio, responsável pelo modelo de cantinas.

Acompanhada de membros da AASFLOR, a Synergia também visitou, em setembro, três comunidades de assentamentos rurais: Deus dos Pobres, Santa Fé e São José, todas em Uruará. O objetivo era entender a atuação local.

A partir disso, foi definido que o foco do apoio seria na melhoria de apresentação dos produtos desenvolvidos na AASFLOR e na prospecção de oportunidades de venda. Para isso, foi realizado o branding e a revisão dos rótulos e embalagens de 10 produtos, promovendo a padronização e a melhoria do design para agregar valor aos produtos.

Na terceira etapa das expedições, realizada nos meses de novembro e dezembro, foram feitas avaliações e orientações sobre as podas e limpeza das roças, para o plantio do cacau. Como destaque, a população local apontou a necessidade de sombreamento das roças, por isso, a Synergia se comprometeu, para a próxima etapa das expedições, a levar sementes de Andiroba, Copaíba e Cumarú – árvores capazes de produzir sombra.

O trabalho que vem sendo realizado à cadeia produtiva do cacau auxilia as famílias locais na geração de renda, afinal, a principal atividade é a coleta de castanha, que acontece em fevereiro e março. Já a safra do cacau ocorre em maio e junho, permitindo uma amplitude no calendário de produção e na renda das famílias locais.

Compreendendo a importância da cadeia produtiva do cacau, a Synergia coordenou, por meio do trabalho de um consultor, as assistências técnicas e dará apoio na busca por empresas compradoras de cacau da Terra do Meio.

Para o andamento na construção da cantina comunitária, foi realizada toda a definição da operação, como: o/a cantineiro/a responsável, o que será vendido, como será feita a operação, o funcionamento do capital de giro, entre outros detalhes.

Já em Uruará, a Synergia acredita que, por a AASFLOR já possuir um produto de qualidade com forte componente de sustentabilidade na produção, o apoio na apresentação e comunicação pode gerar um impacto relevante na renda das famílias. E, como resultado inicial, as primeiras propostas de rótulos já foram apresentadas.

Confira os próximos passos das expedições

O trabalho realizado no projeto busca incluir as perspectivas locais nos processos de construção do conhecimento e tomada de decisão para uma melhor gestão da estratégia da Synergia sobre a Amazônia. Afinal, as florestas são as principais aliadas para solucionar a crise climática.

O futuro da Amazônia demanda novas relações, inovações e interações entre setores público, privado e sociedade civil. E a partir do seu espaço de participação e com clareza de seus propósitos e visão de futuro, a Synergia aprofunda sua experiência no apoio à estruturação de cadeias produtivas regionais na Amazônia, e no empoderamento comunitário para gestão autônoma de territórios e projetos.

As expedições à Estação Ecológica Terra do Meio continuarão ao longo de 2023. Entre os próximos passos que impactarão positivamente a cadeia produtiva do cacau e a cantina comunitária estão:

• Aquisição do primeiro estoque de produtos da cantina;
• Construção de paiol de castanha e galpão da cantina;
• Comercialização da safra de 2023;
• Participação em feiras e eventos de chocolate.

Já na AASFLOR os próximos passos envolvem:

• Consolidação do processo de revisão de rótulos e embalagens;
• Produção dos materiais de comunicação, como catálogos;
• Participação em feiras e eventos.

Além de toda a evolução prevista aos apoios da Esec Terra do Meio e AASFLOR, um documentário está em produção pela Synergia. O objetivo é dar visibilidade às pessoas e histórias presentes neste primeiro ano de expedições e, principalmente, reforçar as tradições, cultura e o impacto sustentável do trabalho realizado.

Previsto para o segundo semestre de 2023, o lançamento do documentário será feito para todas as famílias da Esec Terra do Meio e AASFLOR.

Para saber mais sobre as próximas ações e o lançamento do documentário, acompanhe as nossas principais notícias.