Educação no Brasil está longe de alcançar as metas da Agenda 2030, mas iniciativas e projetos podem ajudar a melhorar o cenário

Com 46% da população acima de 25 anos sem escolaridade básica completa, a educação no Brasil ainda está longe de alcançar as metas propostas pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 4 (ODS 4) da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos e todas.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – em 2023, o Brasil contava com 9,3 milhões de pessoas, com 15 anos ou mais de idade, analfabetas – e taxa de analfabetismo de 5,4%. Fatores como a falta de estrutura para o ensino, abandono escolar e queda nos investimentos em políticas de educação foram apontados pela pesquisa como alguns dos responsáveis pelos resultados negativos.

Embora as taxas de analfabetismo tenham recuado em relação aos anos anteriores, e a taxa de escolarização de crianças até os 5 anos de idade tenha aumentado – assim como a proporção de pessoas com 25 anos ou mais que terminaram a educação básica obrigatória –, outros indicadores da pesquisa preocupam.

Além dos índices que se mantiveram estáveis, como a média de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais, outros demonstram retrocessos, como a menor quantidade de pessoas de 6 a 14 anos frequentando o ensino fundamental. E índices que não melhoram ou têm retrocesso podem ser exatamente os que indicam que o país não está avançando suficientemente rápido para alcançar as metas do ODS4.

Os novos dados do IBGE demonstram que a previsão feita em 2018 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) pode estar bem longe de ser realmente atingida. Com base no potencial do Plano Nacional de Educação (PNE), o Instituto calculou que o país atingiria 70% das metas relacionadas ao ODS4 ainda em 2024, seis anos antes da Agenda 2030. Mas as grandes desigualdades ainda presentes na educação do Brasil parecem indicar o contrário.

Iniciativas e projetos de capacitação podem impulsionar educação no Brasil

Em meio ao cenário atual da educação no Brasil, iniciativas e projetos de capacitação e educação formal e não formal têm se destacado como suporte ao processo educacional, tanto para educadores/as quanto para estudantes (jovens e adultos/as).

Dispostas a contribuir para a meta de educação de qualidade da ONU, empresas e instituições estão propondo ações que incentivam o aprendizado e colaboram com a capacitação. Um exemplo disso é a plataforma Ecofalante, que disponibiliza materiais para profissionais da educação, visando a propagação do conhecimento em sala de aula e o desenvolvimento sustentável do planeta por meio da educação e da cultura.

Além de colaborar de forma lúdica com o aprendizado formal e não formal, outros projetos também contribuem com o processo educacional por meio da difusão de conhecimento e sensibilização de crianças e adultos sobre a importância da preservação do planeta. Assim, aliam os objetivos do ODS4 aos objetivos relacionados ao meio ambiente – como alcançar cidades e comunidades sustentáveis (ODS11) e atuar contra as mudanças do clima (ODS13).

É o caso de programas como os que estão sendo realizados com crianças da rede municipal de Vitória (ES), voltados para a sensibilização sobre a preservação do ecossistema local, e de programas de educação não formal como os que a Synergia Socioambiental já realizou em outras comunidades.