Publicado em: 28/06/2024
Muito se fala sobre a importância da diversidade nos dias atuais. O que temos em questão é uma necessidade básica que, para parcelas relevantes de nossa população, diz respeito ao mais essencial dos direitos: o direito de existir. O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, portanto, é um dia de celebração e reflexão.
Para além do marco de Stonewall Inn – que dá origem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ a partir de revolta contra a invasão de um grupo de policiais ao bar de mesmo nome, em 1969, na cidade de Nova York – a luta pela diversidade sexual se apresenta como uma batalha diária, que ultrapassa fronteiras geográficas. A realidade brasileira é uma das mais cruéis, diga-se de passagem.
Nosso país carrega uma infeliz estatística – o Brasil é a nação que mais mata pessoas LGBTQIAPN+ de forma violenta no mundo. Em 2023, a cada 34 horas houve um assassinato, totalizando 257 no ano, segundo o GBB (Grupo Gay da Bahia). Trata-se de uma tentativa de apagamento dessa população, desde sempre marginalizada, quando não dizimada, ante o status quo heteronormativo.
Em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, pela primeira vez, dados sobre a população homossexual e bissexual, que foram coletados em 2019, um avanço para o reconhecimento da população LGBTQIAPN+, mas que ainda analisa um pequeno recorte. Além disso, existem outros levantamentos:
São muitas as camadas do preconceito contra pessoas LGBTQIAPN+. Ainda falta muito para que o processo de normalização de sua presença em diferentes setores de nossa sociedade ocorra de forma ampla. Muito mais que as mortes violentas – o ápice do ódio desferido a essa população – existem outras formas de exclusão, em fenômeno que passa, inclusive, pela falta de acesso à saúde e outros direitos básicos.
No espectro político, há pouco tempo a população LGBTQIAPN+ passou a contar com leis e decretos para sua proteção em âmbito institucional. Por mais que haja avanços em políticas públicas ligadas aos direitos dessa população, o Brasil enfrenta dificuldades para sensibilização do poder legislativo quanto à causa.
É necessário, para a real inclusão das pessoas LGBTQIAPN+, que ocorra a sinergia pela disrupção dos preconceitos ainda vivos e alimentados por grupos diversos. No mercado de trabalho, por exemplo, dados do Center for Talent Innovation apontam que cerca de 33% das empresas brasileiras não contratariam um colaborador ou colaboradora homossexual, por exemplo (2023).
Por isso, é importante que o Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ seja de reflexão, mas que também nos guie pela prática da igualdade.
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