Publicado em: 21/10/2021
Desde 2009, o dia 15 de outubro é a data escolhida para a sensibilização sobre o consumo consciente, nossas práticas de consumo e como elas impactam no mundo. Estamos demandando mais da natureza do que ela é capaz de fornecer. O uso excessivo dos ecossistemas, aliado à nossa alta velocidade de consumo e descarte, tem causado o esgotamento e degradação acelerada dos recursos naturais, dificultando o processo de regeneração.
Segundo a Organização Global Footprint Network – que realiza cálculos sobre a nossa pegada ecológica, a capacidade de consumo dos recursos naturais e o tempo de regeneração do planeta – estamos utilizando mais de 74% da capacidade de renovação da Terra. Consumir de maneira consciente e sustentável é uma necessidade emergente para evitarmos o déficit ecológico e a sobrecarga do planeta.
Precisamos ser responsáveis com o que compramos, descartamos e as outras práticas que envolvem o consumo no dia a dia durante toda a nossa vida. Iniciativas individuais, como a adoção dos 5 R´s da sustentabilidade
(Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar), podem ajudar a diminuir o nosso impacto no meio ambiente.
O desafio é adotar mudanças simples nos hábitos cotidianos para que possamos desenvolver uma relação mais saudável e menos degradante com o planeta. E, independente das grandes ou pequenas mudanças, todas as ações para garantir um mundo sustentável passam por você e pelas suas escolhas. Quer entender como? Então, confira!
Com a internet, ficou muito mais fácil colocar em prática o consumo consciente e acompanhar a trajetória dos produtos que você consome e entender todas as etapas do seu desenvolvimento. Por isso, você pode fazer a diferença ao priorizar produtos e serviços de empresas éticas e engajadas, que praticam responsabilidade socioambiental e buscam minimizar os seus impactos.
Pergunte e investigue:
Lembre-se: você é o/a consumidor/a final! Se todas as pessoas tiverem o mesmo olhar, buscando valorizar práticas sustentáveis, as empresas terão que se adaptar. Além disso, é importante ter atenção para empresas que praticam greenwashing.
A expressão, que pode ser traduzida como “banho verde” ou “lavagem verde”, remete às empresas e marcas que fingem ser sustentáveis para atrair consumidores/as, porém não aplicam realmente as práticas de sustentabilidade no seu dia a dia e/ou disponibilizam produtos e serviços que causam grande impacto ao meio ambiente, mas pregam o contrário.
O greenwashing ficou mais conhecido quando algumas marcas começaram a perceber a mudança de comportamento de consumidores/as, que cada vez mais buscam alternativas sustentáveis de consumo, e assimilaram a prática para não perder esse público.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) divulgou recentemente o guia “*Mentira Verde* Um guia para o consumidor não se deixar enganar pelas práticas de GREENWASHING das empresas”. Nele, é possível conhecer mais sobre o greenwashing e evitar o risco de ser enganado/a na hora da compra.
Em breve, entraremos novamente em ano eleitoral e não podemos esquecer que o seu voto pode fazer a diferença. Por isso, busque candidatos e candidatas com propostas voltadas para o consumo consciente e programas socioambientais bem fundamentados.
E não esqueça de acompanhar e cobrar as mudanças que ele ou ela propôs durante a campanha. Isso serve para todos os políticos, mesmo os que você não elegeu.
Que tal dar uma chance para as bicicletas? Se possível, realizar o trajeto caminhando também é uma boa opção e faz bem para a saúde. E o transporte público? Quanto maior o uso, melhor o transporte público fica.
Escolha opções de baixo consumo elétrico, com o selo do Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (Procel), e de maior durabilidade, como as lâmpadas fluorescentes, que consomem até 75% menos energia e duram mais que as incandescentes. Opte por produtos recarregáveis.
Evite vazamentos: uma torneira pingando uma gota por segundo pode desperdiçar até 46 litros de água por dia. E atenção para outros hábitos, como não lavar a louça ou escovar os dentes com a torneira aberta e evitar banhos longos.
A pandemia de Covid-19 mudou também os hábitos alimentares de muitas pessoas. O aumento no serviço de pedidos de comida aumentou a quantidade de lixo produzida. Além da necessidade de mais embalagens, o desperdício e a perda de alimentos nos comércios foram fatores que agravaram a situação.
Por isso, alguns hábitos como utilizar sacolas retornáveis, preferir alimentos orgânicos, evitar enlatados, preparar a própria alimentação e servir apenas o que for realmente comer podem ser importantes.
O uso consciente dos recursos naturais, como vimos, é um tópico que merece destaque. O Brasil enfrenta uma de suas piores crises hídricas, que pode resultar em uma grande crise energética. A Organização das Nações Unidas (ONU) já alertou para a iminência de uma crise hídrica global, com estimativas de 5 bilhões de pessoas sem acesso adequado à água em 2050.
O compromisso com a utilização adequada dos recursos hídricos e energéticos precisa ser mundial, compreendendo os setores públicos e privados de todos os países, e com foco no investimento em soluções de sustentabilidade hídrica que possam ser efetivas tanto a curto quanto a longo prazos.
A parte que envolve os/as consumidores/as finais, não é a de maior impacto. Mas individualmente, não podemos deixar de adotar medidas para contribuir. Por isso, deixamos aqui duas dicas de conteúdos sobre consumo consciente que vão além das dicas que listamos acima:
O Instituto Akatu, ONG que trabalha para mudar o comportamento de consumidores/as por meio da educação e da comunicação, tem dicas sobre consumo consciente de energia elétrica e água, entre outros.
A organização ambiental WWF-Brasil disponibiliza gratuitamente a Cartilha para o Consumidor Responsável, com dicas práticas para consumidores/as colaborarem com o meio ambiente no dia da dia. Embora tenha sido lançada em 2014, a cartilha ainda é um dos materiais mais completos sobre o tema e vale a leitura.
Acompanhe também, pelo Instagram da Recicle Reutilize Plante, dicas atualizadas diariamente sobre coleta e reaproveitamento de resíduos.
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