Publicado em: 08/11/2024
A 29º Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) está marcada para acontecer entre os dias 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. A COP, realizada desde 1995, na Alemanha, permite que lideranças de Estado e representantes de países do mundo todo debatam sobre as mudanças do clima e as práticas para minimizar seus avanços e danos.
A COP29, que irá reunir 198 países, chega para reforçar a importância dos debates sobre o uso de combustíveis fósseis, já que o governo do país sede defende a aceleração do uso desse tipo de combustível. O Azerbaijão é o segundo maior produtor de hidrocarbonetos, um grupo de substâncias obtidas a partir do petróleo, um combustível fóssil.
Para a edição de 2024, além dos debates sobre combustíveis fósseis, também são esperadas resoluções sobre a nova meta de financiamento para a ação climática nos países em desenvolvimento.
Atualmente, os países ricos devem financiar aos países em desenvolvimento o valor de US$ 100 bilhões/anuais, como forma de reconhecimento de seus impactos no aquecimento global, entretanto, esse valor tem sido visto como insuficiente.
Outro ponto a ser discutido na COP29 é o repasse desses valores e o cumprimento dos compromissos por parte dos países pagadores. Além disso, os países ricos esperam propor que os países emergentes façam financiamentos obrigatórios, diferentemente dos financiamentos voluntários que são realizados atualmente.
Firmado em 2015, o Acordo de Paris tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial. Com isso, os 195 países que assinaram o acordo e se comprometeram, apresentam a sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC em inglês).
Neste documento, constam as metas para redução de emissões de gases de efeito estufa. O Brasil, por sua vez, tem o compromisso de reduzir suas emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030, além de alcançar a emissão zero em 2050.
Entretanto, semanas antes da COP29, os números de emissões de gases de efeito estufa mostram que, até 2026, os países signatários do Acordo de Paris conseguirão reduzir apenas 2,6% de suas emissões, em comparação com os níveis de 2019, acordo com o acompanhamento realizado pela Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticas da ONU (UNFCCC).
Por isso, a ONU, em sua Declaração Climática, feita por meio do Secretário Executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, divulgada no final de outubro, aponta que a COP29 deve ser uma COP facilitadora, com resultados concretos e ambiciosos.
A declaração destaca que os países devem chegar ao Azerbaijão prontos para converter as promessas em resultados reais e econômicos, triplicando as energias renováveis, a meta global de adaptação e a transição dos combustíveis fósseis.
Desde 2021, a Synergia Socioambiental tem acompanhado e realizado a cobertura da Conferência das Partes (COP), a convenção sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na COP26, os acontecimentos mais relevantes e as discussões da conferência foram relatadas pelos nossos representantes, Luiz Eduardo Rielli, que participou do evento presencialmente em Glasgow, e Ricardo Young.
Durante a COP27, Luiz Eduardo Rielli, que acompanhou o evento diretamente do Egito, e José Alberto Gonçalves Pereira trouxeram as suas opiniões e análises sobre os assuntos mais importantes da conferência.
Já na COP28, a Synergia Socioambiental e a Envolverde se uniram para levar todos as informações e acontecimentos mais relevantes da conferência, que aconteceu em Dubai, em uma cobertura diária.
* Imagem em destaque: Prédio espelhado em Baku, Azerbaijão – Adobe Stock;
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