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Conheça os biomas do Brasil e como os saberes tradicionais podem impactar positivamente em cada um deles

Publicado em: 21/10/2024

Os biomas do Brasil possuem características únicas e grande importância para o meio ambiente, eles promovem a regulação do clima, contribuem para a captura de carbono, além de serem ricos em biodiversidade. 

Os biomas do Brasil são: 

  • Amazônia; 
  • Caatinga; 
  • Cerrado; 
  • Mata Atlântica; 
  • Pampa; 
  • Pantanal. 

E em meio as mudanças climáticas e ações de devastação dos biomas do Brasil, é importante destacar a relevância dos saberes tradicionais integrados à ciência e tecnologia para promoção da conservação dos biomas. 

Biomas do Brasil. Foto: Adobe Stock
Biomas brasileiros são ameaçados por ações humanas de devastação e mudanças climáticas. Foto: Adobe Stock

Por esse motivo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação definiu a temática “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais” para a 21º Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, celebrada em 2024. 

O objetivo é criar diálogos sobre os saberes das comunidades tradicionais, a biodiversidade dos biomas brasileiros, incluindo a diversidade cultural, a educação científica e uso das tecnologias. 

Os biomas do Brasil e o impacto positivo dos saberes tradicionais, da ciência e da tecnologia 

Amazônia 

A Amazônia é o maior bioma do país, com quase 7 milhões de km² de território e uma biodiversidade imensa, com mais de 5 mil animais, divididos entre mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios, além das mais de 40 mil espécies de vegetais, divididos em três categorias: 

  • Matas de igapó; 
  • Matas de terra firme; 
  • Matas de várzea. 

Ao longo das últimas décadas, o bioma Amazônia, que tem uma importância para a regulação do clima global, tem enfrentado diversos desafios, entre eles o desmatamento, as secas, a pecuária, as queimadas, que geram um grande impacto nas mudanças climáticas que afetam a região, o país e o mundo. 

Por isso, atrelando os conhecimentos sobre o combate às mudanças climáticas e a importância dos saberes tradicionais, a Synergia desenvolveu o Guia Synergia de Restauração Florestal na Amazônia – Soluções Baseadas nas Pessoas, que mostra que ao partir de uma estratégia territorial que valoriza os saberes locais e promove o desenvolvimento econômico das comunidades, as Soluções Baseadas nas Pessoas buscam maximizar os benefícios sociais e econômicos para todos os envolvidos. 

Rio na Amazônia. Foto: Adobe Stock
Amazônia tem uma biodiversidade com mais de 5 mil animais. Foto: Adobe Stock

Essa abordagem não se limita a consultar as comunidades, mas as envolve ativamente no processo de co-criação, garantindo que as soluções desenvolvidas sejam realmente adequadas às suas necessidades e aspirações. 

Caatinga 

A Caatinga é um bioma com, aproximadamente, 844 mil km² de extensão, ocupa 11% do território brasileiro e é um bioma que só existe no Brasil. 

Com um clima semiárido, a Caatinga já teve 80% dos seus ecossistemas originais alterados e, apenas, 2% do seu território é coberto por unidades de conservação de proteção integral. 

Quanto a sua biodiversidade, a Caatinga tem quase 5 mil espécies de plantas, sendo que 30% delas estão ameaçadas de extinção, e pouco mais de mil espécies de animais, sendo 10% deles ameaçados de extinção em algum nível. 

E para promover a conservação e restauração do bioma, o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) desenvolveu uma ferramenta computacional que monitora a desertificação por meio de índices multidimensionais. 

Os índices econômicos, sociais, ambientais e institucionais apontam áreas mais suscetíveis, com maior pressão, maiores impactos e com algum nível de mitigação de seus efeitos.  

Cerrado 

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, com 2 milhões de km² de extensão, ocupando 25% do território nacional e percorrendo nove estados brasileiros, além do Distrito Federal. O bioma é conhecido como o berço das águas, por ser o lugar onde nascem os rios que abastecem as maiores bacias hidrográficas do país.

Sua biodiversidade é vasta, levando o título de savana mais diversa do planeta, são mais de 12 mil espécies de plantas, quase 3.500 espécies de mamíferos, répteis, anfíbios e peixes, além dos 90 mil tipos de insetos. Esses números representam quase 5% de todas espécies do mundo. 

Árvore em meio ao Cerrado. Foto: Adobe Stock
Cerrado é reconhecido como o segundo maior bioma da América do Sul. Foto: Adobe Stock

Além de sua extensão, o Cerrado é o segundo bioma que mais sofreu com a ocupação humana. A monocultura intensiva e a pecuária extensiva de baixa tecnologia têm levado ao desmatamento do bioma, além disso, os garimpos promoveram a contaminação dos rios. 

Para reparar os danos causados ao Cerrado, o Programa Cerrado Sustentável, criado em 2005, promove a recuperação e restauração do bioma, reparando os danos causados pelo desmatamento, pela monocultura, entre outras atividades que geram o esgotamento dos recursos locais. 

Mata Atlântica 

A Mata Atlântica é a floresta mais devastada do Brasil. Sua área original era de 1,3 milhão de km², mas, atualmente, existem 12% de floresta original. 

O bioma possui a maior biodiversidade do planeta, um exemplo disso, é o Parque Estadual da Serra do Conduru, onde existem 454 espécies de árvores por hectare. A Mata Atlântica, ainda, possui mais de 1 milhão de espécies de animais, incluindo insetos, sendo 537 endêmicos, ou seja, existem apenas no bioma. 

O desmatamento, o crescimento desordenado das cidades, a agricultura intensiva e a exploração predatória de árvores são os maiores fatores de devastação da Mata Atlântica. 

Por isso, instituições como a Fundação SOS Mata Atlântica atuam para promover a regeneração do bioma, por meio de projetos de monitoramento, fortalecimento e criação das legislações. 

Pampa 

O Pampa é um bioma encontrado apenas no Rio Grande do Sul, com uma extensão de 176 mil km², o que representa, aproximadamente, 2% do território nacional. O restante de sua extensão está dividida em outros três países: Argentina, Paraguai e Uruguai. 

A principal característica desse bioma é sua vegetação campestre, que é enriquecida com mais de 3 mil espécies de plantas, quase 500 espécies de aves e outras 100 de mamíferos. 

Entretanto, os avanços da indústria de papel e celulose e a expansão pecuária estão ameaçando o bioma, que entre os anos de 2002 e 2008 já perdeu mais de 350 km² de área original. 

Desta forma, o projeto RestaurAPA prevê a reparação do bioma por meio do beneficiamento das famílias pecuaristas das áreas de proteção ambiental, para que os campos sejam restaurados. 

Pantanal 

Alvo das recentes e intensas queimadas, o bioma Pantanal tem uma área de 150 mil km², o que corresponde a 2% do território brasileiro. Este bioma é a maior planície alagável do mundo e contribui para a regulação dos ciclos hidrológicos de sua região. 

Sua fauna e flora são bastante diversas, com mais de 600 espécies de aves, mais de 100 mamíferos, 260 espécies de peixes de água doce, além de répteis e anfíbios. Já sua flora possui mais de 3.500 espécies de plantas, entre árvores, plantas aquáticas, gramíneas, entre outras. 

Passsáros sobrevoando o Pantanal. Foto: Adobe Stock
Pantanal tem mais de 600 espécies de aves. Foto: Adobe Stock

Assim como os outros biomas do Brasil, o Pantanal sofre com o desmatamento, além disso, as queimadas – causadas pelas secas e por ação humana –, as erosões e infraestruturas, como hidrelétricas, barragens e hidrovias, geram impactos negativos no bioma. 

E para promover a conservação desse bioma, organizações, como o Instituto SOS Pantanal, atuam desenvolvendo projetos para uso sustentável dos recursos do bioma, além de contribuir com a conservação e recuperação do bioma por meio do uso da ciência e tecnologia. 

E o que esses biomas tem em comum?

A necessidade de cuidados e ações para promover a sua conservação e de suas biodiversidades, que estão sendo ameaçadas constantemente por ações humanas e pelas mudanças do clima. 

Por isso, é importante fazer uso dos saberes tradicionais, da ciência e da tecnologia para desenvolver ações inovadoras e promover um futuro mais sustentável para as pessoas que vivem nesses biomas. 

11 – Cidades e comunidades sustentáveis
13 – Ação contra a mudança global do clima

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