Publicado em: 24/04/2024
A campanha “Andada do Caranguejo-Uçá” foi realizada com o objetivo de promover a conservação do ecossistema manguezal, por meio de ações de sensibilização das pessoas locais e da limpeza do manguezal, com a contribuição da Synergia Socioambiental e da Gerência de Educação Ambiental (GEA) ligada à Secretaria de Meio Ambiente (Semmam) da Prefeitura de Vitória (ES).
A ação, que aconteceu na região entre a Ilha das Caieiras e Santo André, em Vitória, no início de fevereiro, faz parte do eixo de Educação Ambiental do Programa de Gestão Ambiental e Social (PGAS), que trabalha a mitigação de impactos socioambientais e controle ambiental das obras realizadas pela Prefeitura de Vitória e financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além do eixo de Educação Ambiental, o PGAS executa atividades nos eixos de Comunicação Social e Apoio às Atividades Produtivas da Orla Noroeste.
Durante a realização da campanha, foi trabalhada a sensibilização da população local, por meio de abordagens em feiras livres da região, para distribuição de ímãs e cartilhas com o tema “A Vitória no Manguezal”. Na ocasião, cerca de 100 pessoas foram abordadas pela equipe Synergia.
Além disso, a campanha “Andada do Caranguejo-Uçá” reforçou a importância da conservação do manguezal, por meio da retirada de resíduos sólidos. A ação reuniu, aproximadamente, 60 pessoas catadoras de caranguejo da região, e contou com profissionais de limpeza urbana, colaboradores/as da equipe Synergia e representantes da prefeitura da cidade. Ao fim, foram retirados cerca de 920 kg de resíduos sólidos do ecossistema.
Entre os resíduos coletados no estuário e nas margens do manguezal, estavam camas, aparelhos de televisão, pneus, caixas de isopor, resíduos de construção civil, barreira de contenção de óleo e plástico. Para a retirada desse conteúdo, a Synergia distribuiu os equipamentos de proteção individual utilizados, como galochas e luvas.
Daniel Gosser Motta, especialista em Educação Ambiental da Synergia, destaca o potencial da sensibilização da população durante a campanha: “Existem várias ferramentas de sensibilização, uma delas é a prática, que envolve a vivência, a compreensão sobre o impacto dos resíduos sólidos no ecossistema manguezal, a retirada dos resíduos, a mobilização dos catadores e catadoras e a possibilidade de reciclagem dos materiais, reforçando que a Educação Ambiental permeia o eixo de sociedade, economia e meio ambiente”.
Como continuidade da campanha “Andada do Caranguejo-Úça”, foram realizadas duas ações, uma com crianças de 6 a 10 anos e outra com adolescentes de 11 a 14 anos, para discutir as problemáticas que podem causar a redução da população do caranguejo-uçá, explicar sobre a andada, que visa proteger a espécie durante o seu período de reprodução, e contextualizar os impactos ambientais negativos e os fatores que podem levar à destruição dos manguezais.
Para isso, foram apresentados dois curtas-metragens, sendo o primeiro “O que é manguezal?” e o segundo “Um passeio no manguezal”, seguidos de ações que mostraram a importância da conservação do ecossistema manguezal e de se diminuir os impactos negativos sobre o caranguejo-uçá.
Ao final das ações, foram entregues máscaras temáticas do caranguejo-uçá e a cartilha “A Vitória do Manguezal” para os/as participantes. Nesta etapa da campanha, foi possível trabalhar a sensibilização com mais de 100 crianças e adolescentes.
André Augusto Guimarães, coordenador de projetos da Synergia, faz uma análise dos resultados qualitativos da campanha “Andada do Caranguejo-Uçá”: “A ação tem o papel de conservar aquele ecossistema para mantermos a área sustentável, sendo possível retirar o sustento dos catadores e catadoras, e que eles entendam que manter o manguezal sem resíduos sólidos vai garantir a conservação do caranguejo”.
André reforça que a ação faz parte de uma campanha ainda maior, que engloba os períodos de defeso e andada – época de acasalamento do caranguejo-uçá –. “A campanha tem como objetivo a preservação do meio ambiente e do caranguejo. É uma ação conjunta para conservação da flora e da fauna local, para repensar a questão dos resíduos sólidos, repensar a questão da natureza e da geração de renda”, afirma André.
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