Publicado em: 30/08/2023
No dia 24 de agosto, a Synergia realizou o evento de lançamento do documentário “A floresta que você não vê – Narrativas do Médio Xingu”, uma coprodução com a Dot Films e apoio do ICMBio.
O documentário enlaça as histórias de luta e resistência de pessoas que vivem na região do Médio Xingu e enfrentam o garimpo, extração de madeira, pecuária e monocultura, para gerar renda e manter a Floresta Amazônica em pé.
Essas pessoas se sentem parte da floresta e defendem modos de vida que, adaptados às novas realidades, abrigam saberes e conhecimentos preciosos para o cuidado com a floresta, aliado ao desenvolvimento da bioeconomia.
A produção foi baseada no Projeto Redes do Médio Xingu, iniciativa de apoio à cadeia produtiva do cacau, que impacta positivamente na geração de renda das famílias da Estação Ecológica Terra do Meio, suporte a Rede Terra do Meio, a fim de promover uma estrutura comercial para atender a população local, e assistência à Associação Agroextrativista Sementes da Floresta (AASFLOR), localizada em Uruará.
Mario Vasconcellos, coordenador do projeto, fala sobre a importância de estabelecer diálogos sobre a Amazônia e de como engajar quem não está na região: “Só de falarmos sobre a Amazônia já tem um valor imenso, pois aproximamos a realidade da Amazônia às vidas das pessoas daqui de São Paulo”. Assim, o documentário “A floresta que você não vê – Narrativas do Médio Xingu” tem tido a função de conectar as pessoas à Amazônia.
Após a exibição do documentário, uma roda de conversa com Eduardo Rocha, gerente de engajamento da iniciativa Parceiros pela Amazônia (PPA), e Virginia Antonioli, gerente de projetos do Instituto Escolhas, foi mediada por Mario Vasconcellos.
Durante a roda, os/as participantes conversaram com a plateia sobre a importância de respeitar a cultura, os costumes, os saberes e o modo de vida das pessoas que vivem na Amazônia e mantêm a floresta em pé.
Eduardo Ramos, da PPA, destacou os desafios para apoiar e implementar iniciativas na Amazônia: “Durante o histórico de ocupação e relação, encontramos contextos muito diferentes de desenvolvimento dos territórios, desde grandes empreendimentos à reservas, então é compreender a dinâmica do território associada à diversidade”.
Ao analisarem a importância de apoiar a bioeconomia local, Virginia Antonioli apontou a existência de recursos públicos que auxiliam no desenvolvimento do país e que podem contribuir para a região amazônica. Além disso, destacou que todos e todas, como agentes de transformação, também podem colaborar: “Temos a possibilidade de mapear gargalos, codesenhar soluções, endereçar a quem isso é de direito e não esquecer que temos um Estado que é presente e que deve ser cobrado”.
Desta forma, os/as palestrantes reforçaram que fatores como a compreensão regional, a escuta aos povos locais e o apoio ao desenvolvimento da região amazônica são fundamentais para gerar renda e conservar a floresta.
O documentário “A floresta que você não vê – Narrativas do Médio Xingu” já faz parte dos semifinalistas selecionados para o festival Angeles Doc, na categoria documentário curta metragem.
Ao alcançar as telas mundiais, o documentário cumpre o legado de contribuir de forma mais estruturante para o desenvolvimento das comunidades. Para Maria Albuquerque, fundadora e CEO da Synergia, o trabalho conjunto de entidades pode ser a chave para o avanço local: “A Amazônia é gigantesca e ninguém faz nada sozinho na Amazônia, ninguém consegue fazer algo relevante, durável e sustentável se não tiver o apoio de parceiros, como comunidades, governos com políticas públicas efetivas e outras empresas. A junção de forças é fundamental para qualquer ação que queria transformar o território”.
Assim, entre os objetivos do documentário estão o fortalecimento do Projeto Redes do Médio Xingu e a ampliação do diálogo com as comunidades locais. “´Eu espero que essas famílias se reconheçam no documentário, que tem o papel de dar visibilidade ao sonho e ao trabalho dessas famílias” afirma, Maria.
A estreia nacional do documentário acontece no Dia da Amazônia: dia 5 de setembro, às 20h, no YouTube da Synergia Socioambiental.
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