Planos de Contingência das Barragens Santa Bárbara, Cachoeirinha e do Dique Lisa em Minas Gerais

Em 2020, a Synergia foi responsável pela elaboração dos planos de contingência de três estruturas da empresa Vallourec Tubos do Brasil: Santa Bárbara, Dique Lisa e Cachoeirinha*, barragens localizadas nos municípios de Brumadinho e Nova Lima, em Minas Gerais.

Foi solicitada para a Synergia a realização de um trabalho que pudesse atender às expectativas para a prevenção de danos e ampliação dos procedimentos de segurança nas regiões ao redor dos empreendimentos da Vallourec.

Para isso, foi criado um Plano de Contingência de Barragens personalizado para as áreas em questão, a partir do desenvolvimento de procedimentos complementares ao PAEBM (Planos de Ação Emergencial de Barragens), com a previsão de ações, recursos e responsabilidades em caso de ocorrência de situações de emergência, incluindo, ainda, a implantação de medidas preventivas.

Durante a realização do trabalho, a Synergia mapeou a população residente, equipamentos e estabelecimentos na área da Zona de Autossalvamento (ZAS) e na Zona de Segurança Secundária (ZSS) em relação ao empreendimento.

O mapeamento na ZSS não estava contemplado no escopo inicial do cliente, que solicitava o cadastramento de pessoas, edificações e equipamentos apenas no âmbito das ZAS. No entanto, a análise da Synergia identificou a importância de se incorporar a ZSS ao estudo, inclusive em face das exigências da nova lei (a resolução nº 32, de 11/05/2020).  A Vallourec ampliou, assim, o escopo do trabalho a ser feito.

Com a elaboração do Plano de Contingência de Barragens, buscamos oferecer tranquilidade tanto para o cliente quanto para as comunidades no entorno dos empreendimentos, fortalecendo a compreensão de que a segurança da área estaria devidamente baseada na implantação de medidas preventivas e no planejamento meticuloso das ações a serem realizadas em caso de situações de emergência, garantindo a agilidade, facilitando o processo e diminuindo as chances de ocorrências.

Para compreender, analisar e aplicar as melhores metodologias, a Synergia realizou em torno de 200 pesquisas entre a população potencialmente afetada, com o mapeamento de equipamentos públicos, estabelecimentos comerciais e de serviços, além de fazer um detalhado estudo do uso e ocupação do solo, incluindo aspectos ambientais, existência de comunidades tradicionais e sítios arqueológicos, patrimônio histórico e cultural, infraestruturas disponíveis e fornecedores de bens e serviços para a contingência.

A Synergia se valeu ainda de sua plataforma tecnológica própria de produção e gestão do conhecimento em ambiente Web, o SIS (Sistema de Inteligência Socioambiental). Esse aparato tecnológico se baseia no controle de dados, e pôde suportar a produção técnica e analítica exigida para a elaboração dos planos de contingência.

Ao fim do processo, a Synergia foi capaz de traçar um plano de contingência que considerasse a análise acurada dos dados levantados sobre as infraestruturas de alojamento, assistência, resgate e diferentes tipos de serviços e recursos a serem acionados em caso de atendimento emergencial.

A experiência em ações de cadastramento e atendimentos emergenciais de famílias nos acidentes com barragens e em procedimentos de evacuação de áreas foram cruciais para a escolha da Synergia, pelo cliente, para conduzir esse projeto.

Para este trabalho, em específico, contribuiu também o fato de que a Synergia já possuía conhecimento estratégico das famílias, territórios e comunidades locais, fator que permitiu incorporar ao projeto, com agilidade, profissionais capacitados, que já atuavam nesse território e que pontuaram a favor da qualidade e efetividade dos trabalhos.

*Cabe destacar que a barragem Cachoeirinha não recebe rejeitos desde 2015, ano no qual a Vallourec foi a primeira empresa do mundo a utilizar filtros prensa para empilhamento drenado de rejeitos de minério de ferro, dispensando o uso de barragens. O processo, chamado de barragem zero, está sendo ampliado em 2021. Essa solução quebrou o paradigma da viabilidade técnico-financeira da implantação de drenagem de rejeitos de minério de ferro por meio de filtros prensa no combate à utilização de barragens convencionais. Por essa razão, a Empresa não conta com barragens de rejeito em operação, além de não necessitar da instalação de novas barragens e nem mesmo do alteamento das existentes.

Recursos aplicados