Jornada de Direitos Humanos: uma imersão em busca de transformação e consciência sobre os direitos fundamentais

Jornada de Direitos Humanos: uma imersão em busca de transformação e consciência sobre os direitos fundamentais

A Synergia sempre investiu em projetos que trouxessem tanto os conceitos quanto as práticas de empatia, equidade e representatividade para seus colaboradores e colaboradoras. Porém, em 2020, um incidente no trabalho de campo, envolvendo uma pessoa da equipe em uma das comunidades assistidas, desencadeou um trabalho muito importante para a empresa:  a Jornada de Direitos Humanos.

O episódio demonstrou que, embora tivéssemos valores e princípios muito fortes e alinhados com a Declaração dos Direitos Humanos, deveríamos trazer esses conceitos com mais constância ao dia a dia das equipes, para que eles se firmassem na cultura de nossos colaboradores/as de forma prática, natural e permanente.

A ideia foi trazer uma solução que além de tratar o problema específico identificado, pudesse ser ampliada, tornando-se comum a todos os projetos da Synergia e fortalecendo os valores de integridade da empresa. Assim, considerando as ações que já eram realizadas em relação à diversidade e inclusão, surgiu a oportunidade de realizar um projeto que tivesse como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

A Declaração foi adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. Ela estabelece, em forma de artigos, a proteção universal dos direitos humanos. Ou seja, a DUDH expõe os direitos básicos que devem ser assegurados a todos e todas, entre eles o da liberdade, da igualdade e da justiça.

A Jornada de Direitos Humanos da Synergia deveria, assim, expor esses direitos aos colaboradores/as da empresa, levantando debates e trocas de experiências a partir da compreensão desses artigos e da importância que têm na vida das pessoas do mundo inteiro.

Renata Guirelli, coordenadora do setor de Desenvolvimento Humano Organizacional (DHO) da Synergia, explica o desenvolvimento do trabalho:

“Na época, pensamos em quais ações poderíamos ter como forma de apoiar as pessoas, de orientá-las para a prática cotidiana dos conceitos que integram os direitos humanos.”

Dessa forma, a Jornada de Direitos Humanos constituiu um trabalho de cerca de 4 meses, de fevereiro a junho de 2021, em encontros on-line realizados a cada 15 dias, nos quais foram abordados todos os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os encontros, conduzidos pela psicóloga Lucia Frigerio, contavam com metodologias participativas e espaços abertos para o diálogo.

A cada encontro eram discutidos 4 artigos da DUDH. Um ou dois facilitadores/as – colaboradores/as voluntários/as que já tinham expertise com mediação e comunicação com a comunidade – lideravam subgrupos, onde cada um desses artigos era debatido profundamente, fazendo-se relações com o modo como eles se aplicavam no dia a dia de trabalho, nas relações e no cotidiano das pessoas. Após essas discussões, os subgrupos apresentavam suas ideias e reflexões para os demais grupos e se encerravam os encontros.

Para Lucia Frigerio, a relação que se deu entre facilitadores/as e colaboradores/as participantes da Jornada foi um “processo fantástico de se acompanhar” e importante para ajudar no posicionamento e reconhecimento de todos e todas:

“Fomos trazendo depoimentos e pedindo para que as pessoas que tivessem algum depoimento para dar, ilustrassem a discussão, para que fosse uma coisa viva, dinâmica.  Os facilitadores foram extremamente envolvidos, foram reconhecidos pelo grupo e se tornaram referência até no sentido de procurá-los para relatar alguma coisa que as pessoas haviam vivido no período anterior ao de trabalho na Synergia. Lembro de uma pessoa que procurou uma das facilitadoras para falar ‘Olha, depois dessa reunião, eu fiquei pensando e tive certeza de que, no meu último trabalho, eu fui violada nos meus direitos. Você pode ver comigo? Deixa eu te contar o que eu passei?’”

Mais do que apenas oferecer conhecimentos sobre a Declaração, o propósito da Jornada foi de promover a conscientização a respeito dos direitos humanos na prática, e demonstrar que muitas ações do nosso cotidiano podem violar esses direitos, ou poderiam colaborar para que eles não fossem violados.

Para Lucia Frigerio, essa consciência dos direitos, e de como eles se aplicam no dia a dia, foi a parte mais importante para garantir o impacto positivo no trabalho dessas pessoas e, principalmente, em suas vidas:

“As pessoas sabem que existem Direitos Humanos, mas muitas não sabem como isso se aplica. Tudo o que está na Declaração é possível, ela contempla tudo. A riqueza é poder ver aquilo aplicado, ver que não é utópico. Acho que, primeiro, perceber que a gente não pode perder o poder de indignação e que, para isso, a gente tem que estar atento/a. Temos que estar com todos os sentidos a serviço do que estamos vivendo, porque senão, somos capazes de ver uma violação ao nosso lado e não perceber. Acho que as trocas serviram muito para isso, foi um espaço de diálogo que nos deixou atentos/as para coisas que estavam banalizadas. E percebo que está nos fazendo multiplicadores disso.”

A Jornada de Direitos Humanos incentivou a Synergia a promover mudanças para dar maior visibilidade aos seus princípios e valores, adotando uma metodologia que facilitasse o acesso e conhecimento das práticas da empresa, tanto internas quanto externas, que são essenciais para a construção de um ambiente que segue de maneira efetiva a proposta da Declaração dos Direitos Humanos.

Dessa forma, entre os resultados alcançados pela Jornada, além da capacitação de colaboradores/as, estão a revisão do Código de Ética – e o lançamento de uma nova versão deste – e a criação de um Canal de Denúncias independente, com possibilidade de denúncias anônimas, além da criação de um Comitê de Ética. A Synergia entendeu que o trabalho de sensibilização precisa ser constante, e que os métodos para isso devem estar em revisão e evolução permanentes. Assim, novas Jornadas serão realizadas pela empresa, garantindo a permanente discussão sobre os direitos humanos no cotidiano do trabalho.

Recursos aplicados

  • Oficinas de qualificação com a equipe
  • Aplicação das metodologias de Comunicação não-violenta e escuta ativa para o relacionamento com os/as colaboradores/as
  • Diversos recursos para a comunicação interna e externa
  • Criação da Cartilha de Direitos Humanos da Synergia
Ficha técnica

Local: Minas Gerais

Período: 2021

Cliente: Synergia

Abrangência: Em média, 50 colaboradores/as da Synergia participaram dos encontros, que tiveram o envolvimento de 12 facilitadores/as na mediação dos diálogos. Foram dedicadas 15 horas, divididas em 10 encontros semanais, para a leitura e discussão dos 30 artigos da DUDH.

Objetivo: Qualificar todos os colaboradores e colaboradoras para que mantivessem uma conduta íntegra, pautada nos princípios de direitos humanos, em todas as suas interações – fossem elas relações de trabalho, interpessoais e/ou sociais.

Resultados: Colaboradores/as dos projetos capacitados/as sobre os princípios de direitos humanos; consolidação de um espaço de diálogo sobre o tema; multiplicadores/formados/as dentro dos conceitos e comportamentos; criação do Canal de Denúncias, do Comitê de Ética e revisão do Código de Ética.

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Palavras de quem fez parte

Aspas
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Renata Guirelli
COORDENADORA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ORGANIZACIONAL
SÃO PAULO
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As pessoas sabem que existem direitos humanos, mas muitas não sabem como isso se aplica. Tudo o que está na Declaração é possível, ela contempla tudo. A riqueza é poder ver aquilo aplicado, ver que não é utópico.
Lucia Frigerio PSICÓLOGA - CONSULTORA
Lucia Frigerio
PSICÓLOGA - CONSULTORA
São Paulo
Lucia Frigerio PSICÓLOGA - CONSULTORA
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