Publicado em: 21/11/2024
Balanço geral ético – expectativa na urgência e medidas disruptivas para enfrentamento da crise climática foi tema do painel mediado pela Synergia Socioambiental na sexta edição da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), transmitida a partir do dia 12 de novembro, no YouTube do Instituto Ethos, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC).
A Conferência, realizada desde 2019, reúne organizações não governamentais, movimentos sociais, populações tradicionais e originárias, governos locais, a comunidade científica e o setor privado com o objetivo de promover e incentivar a organização da sociedade brasileira em prol do enfrentamento à crise climática em alinhamento com os objetivos destacados no Acordo de Paris e na Contribuição Nacionalmente Determinada brasileira.
O painel foi apresentado por Adriana Barros, gerente de Relações Institucionais da Synergia Socioambiental, e teve a participação de:
Na abertura do painel, Adriana reforçou que: “A sociedade, como um todo, precisa avaliar, do ponto de vista ético, se os esforços estão sendo suficientes, considerando os aspectos de implementação, de transição justa e de ambição dos planos de ação climática e compromissos de cada país para redução das emissões de gases do efeito estufa”.
A proposta de balanço geral ético vai de encontro com o proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na ONU, durante a Cúpula do Futuro, e pela ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, em um seminário realizado no Rio de Janeiro deste ano.
Hugo do Valle Mendes ainda reforça que o balanço geral ético busca a compreensão se os princípios éticos estão sendo adotados na condução das ações de modo a orientar a relação entre as pessoas e o meio ambiente.
Ele ainda destaca que o balanço geral ético tem como premissa a declaração de princípios éticos da mudança do clima, da Unesco, que tem como base seis princípios, são eles:
Durante o painel, Luciana Gatti destacou que as mudanças estão, cada vez mais, aceleradas e que as metas atuais para o enfretamento da crise climática já não são suficientes para conter as mudanças.
Entre as evidências de mudança do clima, apresentadas por Luciana, estão o aumento da temperatura do ar e o aumento da temperatura dos oceanos, além da seca na Amazônia e o aumento dos focos de incêndio em florestas.
Ela reforça que, com base em dados, as ações devem ter o objetivo de manter em 2 ou 2,5°C a temperatura do ar, pois já não é possível manter em 1,5°C.
Luciana destaca três ações que estão contribuindo para o aumento das temperaturas:
Entre as ações humanas apontadas por Luciana, está o desmatamento, que reduziu o número de chuvas na região amazônica nos últimos anos, possibilitando o aumento de temperatura local.
Já Luan Werneck mostrou como é essencial a participação de jovens no desenvolvimento de políticas públicas nacionais e internacionais, desde a formulação até o processo de implementação.
Ele ainda reforça que a democratização de acesso aos debates de mudança do clima é essencial para fortalecer e incluir a sociedade civil, com destaque para a juventude.
Thais Zschieschang aponta que as políticas públicas integradas, ou seja, aquelas que envolvem as secretarias e a sociedade civil, permitem que as necessidades e desigualdades que permeiam esses contextos sejam analisados de forma mais cuidadosa, colocando o foco nas pessoas e com um senso de urgência aguçada.
Ao finalizar as falas no painel, Marciely Ayap Tupari destaca os impactos negativos das ações humanas em territórios indígenas, como as doenças, a invasão de terras e o desmatamento. Por isso, ela reforça que é preciso uma atuação geral da sociedade, pois a responsabilidade de manter a floresta em pé e viva é de responsabilidade de todos e todas.
Com isso, o painel sobre o balanço geral ético reforça que a mobilização e participação social, dos diferentes atores da sociedade, é de extrema importância no enfrentamento da crise climática, pois os conhecimentos territoriais e tradicionais precisam ser levados em consideração para o desenvolvimento de metas e políticas públicas.
Aproveite para assistir ao painel completo no YouTube do Instituto Ethos.
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