Publicado em: 19/11/2024
O empreendedorismo negro e feminino tem avançado rapidamente nos últimos anos, permitindo a geração de renda e a liberdade financeiras das mulheres negras.
Atualmente, elas representam 47% do total de mulheres empreendedoras, conforme dados de uma pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em 2021.
Além disso, a expectativa é que esse número continue crescendo nos próximos anos. Isso é o que aponta a pesquisa Global Entrepreseurship Monitor (GEM), feita com pessoas com intenção de empreender. Na pesquisa, 54,4% dessas pessoas são mulheres e, em sua maioria, são pretas e pardas.
Com isso, cada vez mais, as mulheres negras empreendedoras asseguram seus espaços no universo dos negócios, reafirmando suas vozes, tradições e histórias.
Mas existem desafios nessa jornada. De acordo com o programa Sebrae Delas, programa de incentivo às mulheres empreendedoras do Sebrae, as mulheres negras dedicam 7% a menos de horas em seus negócios do que mulheres brancas, e essa diferença pode se dar por conta da sobrecarga do trabalho doméstico.
A falta de apoio também é outro desafio ao empreendedorismo negro e feminino. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, realizada com dados do segundo trimestre de 2022, mostra que apenas 8% das mulheres negras empreendedoras contratam colaboradores ou colaboradoras. Desse total, a maioria conta com a contribuição de 1 a 5 empregados/as.
A PNADC ainda mostra que as empreendedoras negras são as mais impactadas pelos ganhos inferiores. Elas possuem um ganho médio de R$ 1.852, enquanto os homens negros possuem um ganho médio de R$ 2.188. Já as mulheres brancas tem um ganho de R$ 2.706 e os homens brancos possuem um ganho médio de R$ 3.231.
E para que esses números sejam cada vez menos desiguais, é fundamental dar voz e espaços para que mulheres e homens negros possam empreender. Esse é o caminho para uma sociedade antirracista que promove mudanças.
A crescente do empreendedorismo negro e feminino tem sido uma das frentes de combate ao racismo, pois permite que as mulheres negras tenham mais oportunidades por meio da geração de renda.
Para isso, movimentos, como Black Money, permitem maior movimentação de dinheiro entre a comunidade negra, gerando empregos, melhores condições de vida e empoderamento das pessoas negras, principalmente das mulheres.
Além disso, tais movimentos promovem a redução das desigualdades.
Um desses movimentos de empoderamento da população negra é o Feira Preta, que reúne, anualmente, empreendedores e empreendedoras negros/as das áreas de audiovisual, design, gastronomia, moda, música, entre outros.
A edição realizada em 2024 do Festival Feira Preta contou com a participação de mais de 150 empreendedores/as, que movimentaram mais de R$ 1 milhão, em 3 dias de evento.
Outra forma de impulsionar o empreendedorismo negro e feminino, de acordo com um artigo publicado por Nina Silva, CEO do movimento Black Money, pode ser vir das empresas parceiras.
Nina aponta que a criação de políticas de Diversidade e Inclusão (D&I) podem dar a oportunidade para que empreendimentos comandados por mulheres negras possam fazer parte da lista de fornecedores/as de grandes empresas.
Desta forma, é possível fomentar o empreendedorismo negro e feminino por meio da responsabilidade social dos grandes negócios.
E aí, como você tem apoiado o empreendedorismo negro e feminino?
Esta notícia faz parte da campanha Semana da Consciência Negra 2024, realizada pela Synergia Socioambiental. Para conferir os demais conteúdos, acesse a página da campanha!
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