Publicado em: 15/04/2024
Os sistemas agroflorestais (SAFs) têm um importante papel na conservação e recuperação dos solos degradados por ação humana e/ou pelas mudanças climáticas. Isso acontece por meio da produção sustentável de alimentos aliada à preservação ambiental.
Formados pelo plantio de diferentes espécies de vegetais, para fins agrícolas, e arbustos, para conservação do meio ambiente, os SAFs promovem uma cobertura diversificada do solo, que envolvem um cuidado redobrado com alguns fatores, como o solo, os arranjos, o clima local e a composição de espécies.
Além de contribuir com a recuperação do solo, os SAFs promovem um aumento no sequestro de carbono, a ciclagem de nutrientes, a produção de material orgânico para o solo e favorecem a infiltração de água no solo.
Inclusive, parte das espécies de vegetais e arbustos possuem raízes que penetram o solo em grandes profundidades para absorver nutrientes, que depois serão levados para a superfície do solo, agregando ainda mais a conservação.
Sabia que, além dos benefícios ao meio ambiente, a conservação do solo por meio dos sistemas agroflorestais contribui com a sociedade?
Um solo bem conservado tem a capacidade de produzir de forma qualitativa e de promover a segurança alimentar de todos e todas que dependem da colheita daquele plantio.
Além disso, é possível que as famílias produtoras gerem renda a partir das cadeias produtivas baseadas em sistemas agroflorestais, principalmente com o aumento na procura por produtos sustentáveis, como mostra um levantamento, realizado pelo Mercado Livre, em que a compra de produtos sustentáveis dobrou entre os anos de 2021 e 2022.
Por isso, os SAFs, presentes em todo país, têm sido de grande importância, inclusive no território amazônico, que conta com mais de 1600 iniciativas de restauração com base nos sistemas agroflorestais, de acordo com a Aliança pela Restauração da Amazônia.
Entre as iniciativas, está o Projeto Redes do Médio Xingu, realizado pela Synergia Socioambiental, que tem como uma de suas vertentes o cultivo de cacau em sistemas agroflorestais na região do Médio Xingu, no Pará.
O projeto tem realizado, desde fevereiro de 2022, um trabalho de assessoria técnica e extensão rural, fortalecimento da governança e do arranjo produtivo local e de apoio ao acesso a melhores oportunidades de mercado para as amêndoas de cacau cultivadas pelas famílias atendidas.
Para isso, o trabalho de assessoria técnica e extensão rural buscou fortalecer os conhecimentos de produtores e produtoras locais sobre os tratos culturais do cacau, como poda, manejo do solo, adubação orgânica, sombreamento e controle de pragas e doenças. Além disso, teve também foco na fase de pós-colheita, buscando um cacau de qualidade com maior valor agregado.
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