Publicado em: 27/09/2022
“Territórios: Metrópoles na floresta”, o quarto volume da Série” Amazônia Brasileira: Perspectivas territoriais integradas e visão de futuro”, acaba de ser lançado.
Produzida pelo Centro de Estudos Synergia, a publicação dá continuidade às discussões iniciadas nos três volumes anteriores, e foi dedicada ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Phillips – assassinados na Amazônia no mesmo período em que a edição foi elaborada.
Já tendo debatido sobre os territórios de ocupação consolidada, o arco do desmatamento e a área conservada, a série agora abre espaço para o processo de urbanização das cidades e metrópoles, trazendo à tona algumas perspectivas sobre esses territórios e seus papéis nas dinâmicas e tendências da Amazônia Brasileira.
Oficialmente, apenas Belém e Manaus são reconhecidas como áreas metropolitanas na Amazônia Legal. Avançar, portanto, na análise de suas capitais e no processo de urbanização da Amazônia, sem esgotar a multiplicidade de aspectos do campo do urbano, é essencial para compreender as macrotendências de mudança no uso e ocupação do solo no território amazônico.
Para buscar esse objetivo, o Centro de Estudos Synergia, por meio do Volume 4, agregou alguns elementos na compreensão da complexidade do território amazônico, reconhecido muitas vezes no senso comum nacional, não amazônico, como um território de domínio da paisagem florestal ou agrícola, mas que possui um processo de urbanização rápido, recente, pujante e complexo, além de problemático em diversos aspectos.
Além de trazer a demografia das nove capitais da Amazônia Legal (tabela abaixo), a edição também se debruça sobre aspectos fundantes da região, como a incidência de aglomerados subnormais, a problemática do saneamento e da violência.
A publicação traz, ainda, um capítulo específico dedicado à Zona Franca de Manaus, seu modelo econômico e o seu impacto no desenvolvimento da região.
Para além de dados oficiais e análises sobre as metrópoles na floresta e do território como um todo, o Volume 4 novamente amplifica os relatos e apreciações por meio da colaboração de representantes da região.
O capítulo “Vozes da Amazônia” traz a narrativa de Kelvyn Gomes, da Vila da Barca, no Pará, e de Heitor Pinheiro, de Manaus. Conhecer a história da Vila da Barca, maior conjunto de palafitas da América Latina, situado às margens da Baía do Guajará, em Belém (PA), é uma viagem ao universo de mulheres, homens, pretos/as, indígenas, pessoas e famílias que lutam para sobreviver e terem seus direitos reconhecidos.
Kelvyn Gomes, morador da Vila da Barca nos conduz a conhecer melhor a gênese do local, seus principais problemas, dificuldades e desafios, mas principalmente seu potencial político, econômico e social.
A leitura do texto de Heitor Pinheiro, geógrafo que atua na Fundação Vitória Amazônica e faz parte do Observatório da Região Metropolitana de Manaus (ORMM) e da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, conduz ao entendimento da Região Metropolitana de Manaus, com suas sub-regiões e centralidades.
Heitor aponta a importância do fortalecimento das cadeias produtivas locais, das Unidades de Conservação e das Terras Indígenas como peças-chave para o combate ao desmatamento ilegal e à manutenção da biodiversidade, capazes de formar um escudo verde em torno da área urbanizada.
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