Publicado em: 19/07/2021
Os atuais níveis de água dos principais reservatórios do Brasil estão deixando especialistas e o governo preocupados com uma possível crise hídrica e apagão elétrico em 2022, se não houver nenhuma medida de racionamento ainda este ano. A escassez de chuvas nas regiões voltadas para as hidrelétricas do país já é a pior nos últimos 91 anos, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A redução do nível de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do país já vem dando sinais de agravamento há muito tempo, mas as intensas queimadas e desmatamentos na região amazônica, em 2020, tiveram participação decisiva nesse processo, segundo os especialistas. Além disso, as mudanças climáticas também afetam diretamente o cenário.
Recentemente, o ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, deu uma entrevista na qual dizia que, embora o baixo volume de chuva e de água nos reservatórios seja alarmante, a expectativa é de que não atinjamos o mesmo nível de crise hídrica e de falta de abastecimento elétrico de 2001.
Para ele, no ano em que tivemos um dos maiores apagões da história do Brasil, ainda não contávamos com diversas outras fontes de gerações de energia que, hoje, podem ajudar a diminuir a gravidade da situação, fornecendo outras opções e deixando o sistema menos dependente apenas das chuvas e das usinas hidrelétricas.
Mas a teoria de Kelman também é refutada por alguns especialistas que apontam que, embora tenhamos aumentado as fontes de energia à disposição, também aumentamos o consumo, ficando muito mais dependentes das tecnologias que precisam de energia elétrica para o seu funcionamento.
E, embora não estejamos correndo o risco de uma seca e crise hídrica semelhante à de 2014, como vimos, apenas torcer para que chova é, de longe, uma das medidas menos efetivas.
O governo precisa investir em campanhas de conscientização voltadas para a economia no consumo de energia, em iniciativas contínuas de educação ambiental para o uso sustentável dos recursos hídricos e em fontes de energias renováveis, que possibilitam a geração de energia limpa.
Além disso, também é necessário que haja subsídios e leis de incentivo, normas e vistorias para que as indústrias, maiores consumidoras de energia, reduzam os gastos elétricos e invistam em outras formas de geração e consumo.
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